Juvenília.

Às vezes enxergo a juventude como sendo uma tênue linha, uma espécie de corda-bamba entre o sucesso e o fracasso da vida.

É onde teoricamente se apresentam as melhores oportunidades, e ao mesmo tempo as maiores tentações. É onde se consolida o caráter e, pelo menos em tese, onde se vive de verdade.

É enquanto jovens que buscamos incessantemente um sentido, uma paixão, e consequentemente é onde mais nos frustramos. Experimentamos uma falsa liberdade até darmos de cara com o muro que representa nossas próprias limitações.

É aqui que precisamos decidir o futuro de nossas vidas em poucos minutos, muitas vezes sem direito (tempo) a arrependimentos.

É quando começa a se fazer presente aquela nostalgia, sentimentozinho incômodo em sua essência, que antes era privilégio dos mais velhos.

Ser jovem é ir ao extremo da mais alta montanha e cair de cabeça no abismo, tudo isso no mesmo dia. É ser atropelado o tempo inteiro por um caminhão de informações e "ordens".

É praticamente enlouquecer frente aos desafios do mundo moderno e ter que respirar fundo, engolir o vazio e tentar ser o melhor, sem poder se dar ao luxo de dizer: "Na minha época, tudo era diferente...".

Ufa!, espero sair dessa vivo.